Os anos 1920 foram, de fato, revolucionários, anos de inovação, não sendo à toa chamados de “anos loucos”. As mudanças foram tantas e tão marcantes que fica difícil desvincular a palavra “novo” dessa década.
A moda desse período confirmou e acentuou idéias que surgiram ainda em fins dos anos 1910.
Funcionalismo tornou-se a palavra-chave que dominou o aspecto dessa moda com o utilitarismo associado à simplificação.
A mulher, já emancipada, continuou a trabalhar, a ganhar seu dinheiro e a consumir. A diversão fazia parte da vida das pessoas e um dos valores muito em voga nesse período foi a dança que contribuiu para as mudanças da moda. Os ritmos mais em evidência foram o charleston, o foxtrot e o jazz. Com isso, as roupas precisavam adaptar-se à nova onda. As bainhas das saias e dos vestidos continuaram subindo e não parando de encurtar; em 1925, a mulher mostrou de fato as pernas com o comprimento logo abaixo dos joelhos. Em toda a história da indumentária a mulher só tinha feito isso na Pré-História, quando ainda usava tangas, uma vez que em todos os outros momentos históricos esteve com as suas pernas cobertas. Com essa novidade, ou seja, com as pernas à mostra, as meias fizeram sucesso e as de seda natural tornaram-se claras para, de fato, dar idéia de cor da pele.
Paris, 1925, exibiu a Exposição de Artes Decorativas e Industriais onde oficializou o estilo Déco, privilegiando as formas geométricas e esses aspectos não só influenciaram o vestuário como também a joalheria.
A cintura deslocada para a altura do quadril, chamada de “cintura baixa” ou “baixo quadril”; as mangas, quando compridas, criando dois outros tubos; os achatadores de seios para não evidenciar os seus volumes e as cintas que espremiam anulando o volume dos quadris deixaram a mulher dos anos de 1920 absolutamente andrógina.
Não só o aspecto da androginia foi marcante como também característica de um certo desaparecimento de diferenciação social por meio das roupas, uma vez que esse aspecto sempre fez parte da indumentária. A aceitação e a prática do novo estilo por parte de todas as mulheres de todas as classes sociais uniformizou-se tanto que desapareceu essa diferenciação. Esta ficava sutilmente marcada pelo preço das roupas e pela qualidade dos tecidos nelas utilizadas. Até mesmo a alta-costura da época foi bastante simplificada. Toda essa simplificação, privilegiando o funcionalismo, permitiu uma liberdade total de movimentos.
A mulher parecia mesmo um menino de tão andrógina, diferenciando-se especialmente pelo uso de maquiagem. Surgiu também, nesta década, a moda do chapéu cloche, que em francês quer dizer sino. Foi tão usado que passou a ser uma das marcas registradas dos anos de 1920.
Como roupa de baixo, a mulher fazia uso da anágua ou da combinação, dificilmente usava a roupa diretamente sobre o corpo, não esquecendo dos já mencionados achatadores de seios que perduraram até a metade da década; depois apareceram os sutiãs, mais próximos dos que se conhece na atualidade.
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